Raciocínio baseado na ética médica na decisão em grupo

  1. Pontes, Gabriel de Sousa Pereira

Universidad de defensa: Universidade do Minho

Fecha de defensa: 14 de octubre de 2022

Tribunal:
  1. Paulo Novais Presidente/a
  2. María Angélica González Arrieta Vocal
  3. Hugo Peixoto Vocal
  4. Dalila Durães Vocal
  5. José Manuel Ferreira Machado Vocal
  6. José Luis Calvo Rolle Vocal

Tipo: Tesis

Resumen

O processo de tomada de decisões, em qualquer que seja a área envolvente, tem sempre por base regras baseadas no consentimento, que foram previamente trabalhadas por vários conselhos. Quando focamos em processos de decisões éticas, a chave para o sucesso deste processo está assente na partilha de valores (sejam eles morais ou não) e objetivos. A ética aplicada à saúde surge nos anos 70 em resposta aos conflitos morais relacionados com os cuidados aos doentes, com a investigação médica e com as novas tecnologias. Desde então a ética, na relação médico-doente, evoluiu para várias outras áreas como a genética, a medicina reprodutiva, a alocação de recursos, entre outros. Cada vez mais, as evoluções tecnológicas fazem com que a esperança média de vida aumente e, consequentemente, a população envelheça. Este facto faz com que, como consequência do aumento das doenças crónica, da interação da saúde com outras áreas como a educação e o ambiente, na igualdade de acessos a serviços e medicamentos, sejam levantados desafios éticos aos profissionais da saúde que têm como tarefa diária a tomada de decisões. As agravantes disparam ainda mais quando aparece um vírus desconhecido, tal como o SARS-Cov-2, pondo em risco o principio da medicina baseado na evidência, o que torna esta tarefa de tomar decisões ainda mais árdua. Assim sendo, o estudo de modelos para o raciocínio ético tem sido fonte de estudo e de discussão em diferentes comunidades científicas. No entanto nenhum modelo revelou superioridade indiscutível sobre os restantes. O contexto de aplicação da moral leva a preferir uma metodologia em relação a outras. Em áreas tais como a Medicina, onde a qualidade de vida e a própria vida de um paciente estão em jogo, a capacidade de tornar o processo de raciocínio transparente, justificável e dinâmico tem uma importância central. Neste documento, apresentam-se linhas orientadoras do raciocínio ético aplicado à Medicina e defende-se que a programação em Lógica Contínua apresenta grande potencial para o desenvolvimento de sistemas de suporte à decisão confiáveis, com base na moralidade. Apresentam-se ainda casos de estudo relativos à Unidade de Cuidados Intensivos, um serviço crítico onde a complexidade moral das decisões diárias é uma motivação para a análise e o desenvolvimento de metodologias para o suporte à decisão com base na moralidade.